Indo pra cozinha entrevista

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10 de maio de 2013 por Felipe Tavares

Agora a poha ficou séria, nigga! Começando o post tipo um filme do Tarantino porque eu tô empolgado pracarai! =D (Nota mental: escrever menos palavrões nos textos)

Já fiz algumas entrevistas com alguns chefs aqui no blog (Clique aqui aqui e aqui)

Desta vez eu cheguei com a cara e com a coragem no chef Thiago Lima (já falei dele aqui e aqui) e pedi uma entrevista para o blog. Mesmo já tendo conhecido ele, enchemos a cara juntos lá em casa, cozinhado e talz, fiquei tenso! Sabe como é, o cara tá virando um pica das galáxias em SP, bombando em todos os jornais #medo

Ele não só topou na hora como me entregou essa coisa linda que é a entrevista de hoje! Digna da revista Playboy! hahaha

Pega um café, seu cigarro, põe um rock n roll de fundo (que eu sei que ele também gosta), coloca os pés para o alto e vem comeeeego!

chef_thiago_lima

Thiago Lima – precisando de um auxiliar tamojunto

Thiago Cerqueira Lima, 25 anos, mineiro de BH.

Cozinha profissionalmente desde os 17 quando se mudou para Salvador para estagiar com o chef Marc Le Dantac, lavando pratos e ajudando na cozinha.

Voltou à BH e trabalhou como ajudante de cozinha no restaurante Taste Vin do chef Rodrigo Fonseca.

Recebeu um convite para ir à São Paulo fazer um treinamento para um restaurante em Florianópolis, onde cursou Gastronomia na Faculdade Assesc e trabalhou no restaurante Starck, sob consultoria do chef Luiz Emanuel.

Voltou à São Paulo e trabalhou nos restaurantes Allez Allez, La Brasserie do chef Erick Jacquin e chefiou a cozinha do Casinha de Monet.

De volta à Florianópolis, chefiou um restaurante de um resort onde passou a temporada.

Tempos depois, a convite do Luiz Emanuel foi ser seu sub-chef no Allez Allez.

Hoje chefia o La Maison est Tombée, onde faz cozinha francesa de bar com influências brasileiras.

Como e quando começou sua paixão pela gastronomia?

Começou bem cedo, eu devia ter uns 14 anos quando comecei me interessar pelo mundo da gastronomia.

Tenho um irmão também que é chef, o Luiz Emanuel, ele me introduziu na cozinha.

Morava ainda em Belo Horizonte, mas sempre que podia vinha passar férias em São Paulo e pedia pra estagiar em sua cozinha.

Quem são suas referências na cozinha?

Sem dúvida meu irmão Luiz Emanuel, Olivier Roellinger, Michel Bras, Susur Lee, Paul Bocuse…

Qual o melhor prato já degustado?

Foram tantos que é bem difícil de dizer qual foi melhor. Gosto de uma comida mais simples, valorizando o produto.

Mas acredito que foi no restaurante do mestre Shigueru que faz uma cozinha japonesa de respeito.

E o melhor que você já fez?

Acho que a gente está sempre se superando e fazendo coisas novas.

O último que achei bem legal foi uma coxinha com creme de rã e massa de wasabi e molho tare. Em breve ela vai estar no cardápio do La Maison est Tombée.

Culinária molecular ou nouvelle cuisine? Ou seja, rupturas ou tradição?

Nouvelle cuisene, mas nada impede de mesclar.

A cozinha molecular chegou como uma tendência, deixando várias técnicas interessantes que podem se juntar à nouvelle cuisine.

Mas a verdadeira cozinha que é a nouvelle cuisine não é só uma tendência, é um conceito de cozinha que vem atravessando várias gerações. E ainda vai ficar por muito tempo. É uma cozinha mais trabalhosa, com altos custos.

O que não pode faltar na sua cozinha?

Gosto sempre de ter ingredientes especiais, para o caso de algum cliente pedir algo diferente. Tenho feito umas ovas de rã (risos), mas não é todo mundo que tem coragem de provar.

Mas o que nunca pode faltar são os molhos, minha cozinha é baseada praticamente em cima deles.

E na sua geladeira?

Casa de ferreiro espeto de pau, né? Me mudei há pouco e ainda nem usei meu fogão (risos)

São Paulo é o principal pólo gastronômico do Brasil. Esta concorrência atrapalha ou incentiva a busca pela perfeição?

Sem dúvida ajuda! É sempre bom ter concorrência e poder ver o trabalho dos outros chefs, é legal e estamos sempre a procura de novos aprendizados.

Acho que São Paulo tem espaço pra todo mundo! A cidade aceita tudo e é bem democrática.

trios_verrines_thiago_lima

Uma de suas criações, Trio de Verrines: tartar de salmão com guacamole e coalhada; caviar de berinjela, tartar de tomate e polvo; e aioli de batata doce com wasabi e tartar de atum – Tem jeito de me mandar via Sedex 10?

Quando a cozinha se torna um ambiente chato e estressante?

Quando começa a ter muitos imprevistos. Isso me chateia bastante.

O que te emociona na cozinha?

Um cliente ir até a cozinha e elogiar a equipe ou ver um funcionário que aprendeu com você se destacando, sem dúvida são coisas que me emocionam.

E o que te decepciona?

Falta de comprometimento dos funcionários e erro nos pratos são coisas que me decepcionam bastante, mas que fazem parte do nosso dia a dia.

Qual a melhor refeição depois de um longo dia de trabalho?

Hambúrguer, sem dúvida (risos)

Qual o último livro gastronômico que você leu e recomenda?

Scoffier – O Rei dos Chefs

Grande parte dos leitores do Indo pra cozinha, são pessoas que
estão pensando em trocar de carreira ou começando uma nova vida na
cozinha. Qual conselho você dá a elas?

Ter bastante amor ao que faz, dedicação, disciplina e humildade. Ir atrás de seus sonhos e não deixar que barreiras destruam eles. A cozinha é um lugar muito estressante, mas ao mesmo tempo é muito prazeroso!

E o mais importante: sempre ter foco e determinação!

_________________________________________________________________

Thiago do céu! Obrigado demais pela entrevista e mais sucesso para você!

Para quem não conhece, entre no site do La Maison Est Tombée e chore de alegria com o cardápio deles (as piadinhas com o termo avec são sensacionais!)

Ah, a tradução de “La Maison Est Tombée“? Equivale a nossa expressão “a casa caiu”. Coisa mais linda demeudeus!

Abraços orgulhosos,

Felipe Tavares

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4 pensamentos sobre “Indo pra cozinha entrevista

  1. Luis Felipe Cortes da Silva disse:

    Bom dia,

    Acabei de ler sua entrevista com o Chef Thiago Cerqueira. Parabéns pela ótima entrevista. Continuo acompanhando.

    At+.

    Felipe Cortes

    Em 10 de maio de 2013 09:10, Indo pra cozinha

  2. Parabéns pela entrevista. Adorei a foto dos copinhos… Realmente me agrada ser servida dessa maneira em festas finas. Ainda não fiz, mas estou ensaiando. Agora que você está “importante” eu não lhe vejo mais. Ô, perrengue!

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