Partimos para Crucilândia numa sexta de manhã para uma expedição gastronômica do programa de TV Sabores de Minas do chef Eduardo Avelar e da Conspiração Gastronômica. Era minha estreia nesta iniciativa e estava com a missão de ser o braço direito do Puiati.

Todos já sabiam como era, já tinham feito várias viagens do tipo e estavam curtindo adoidado. Para mim era um misto de emoção e tensão, afinal não sabia o que estava pela frente.

Encontramos com o chef Zoroastro Passos (ex chef e proprietário do restaurante Feliz) e sua esposa na Pastelaria do Povo em Igarapé. A pastelaria é um case de sucesso. Em 20min que ficamos lá, eles venderam uns 200 pastéis. O mais incrível era a estrutura do local, quer dizer, a falta dela e só 3 opções de pastéis: carne, queijo minas e o carro-chefe que estava em falta no dia, carne COM queijo (ideia genial!).

Continuamos viagem e chegamos à Crucilândia. Uma linda cidade, pequena, bem estruturada com tudo bem conservado. Fomos direto para o Centro de Referência de Assistência Social – CRAS.

Ali começava a primeira atividade do dia, oferecer uma oficina de reaproveitamento de tomate e pimentão – produtos cultivados na região – para cozinheiras, agricultores e donas de casa.

Puiati e eu

A ideia era apresentar sub-produtos destes legumes para eles não ficarem prejudicados com sazonalidade, alta/queda de preços, etc.

O Puiati levou 3 receitas: pesto de pimentões, azeite aromatizados e geleia de tomate. Já o Zoroastro: tomate seco, molho barbecue e catchup caseiro.

Puiati, eu e Zoroastro

Sendo braço direito e fingindo que não estava queimando a mão.
Não, não perdi o botão da mina dólmã, ele só desabotoou.

Depois do sucesso das oficinas era hora de pensar na programação noturna: Íamos cozinhar para toda cidade na praça com a presença do prefeito, secretários, carro de som divulgando a nossa presença e tudo que você possa imaginar que dá frio na barriga! =/

A primeira ideia era fazer um tempura de legumes. Mas quando o Puiati viu a quantidade de insumos que tínhamos, algo em torno de 8kg de cenoura, 20 repolhos, 20 couves-flor e mais um tanto de legumes, tudo em grande quantidade e apenas 2h de serviço, ele decidiu por fazermos um macarrão com legumes.

Ai filhão, o bicho pegou de com força! Começamos a montar nossa mise en place como se não houvesse amanhã.

A Produção do programa falando que a praça estava cheia, que já éramos para estar lá, que o Avelar estava com o prefeito e sei lá mais o quê. Era tanto ingrediente para cortar que começaram a brotar calos em todos os dedos da minha mão (sério!) e olha que eu não tenho frescurinha não.

Nisso a produtora já estava picando salsinha, a jornalista descascando alho, a esposa do Zorô picando batata baroa e a gente suando igual porco e ensacando tudo para descer para a praça da cidade.

Depois dessa bagunça toda, chegou a hora do gRRamour da nossa profissão. Cozinhar ao vivo para 400 pessoas, Puiati e Avelar falando no microfone, a cidade inteira tirando fotos da gente, produtores mandando brindes para nossa barraca…

Cozinheiras da cidade que nos ajudaram, Puiati, Avelar, metade da minha cabeça e o mega macarrão

Eduardo Avelar com a dólmã do Una Gourmet (=D), Puiati e eu

Na hora de servir formou-se uma fila do tamanho do universo paralelo, sério! Nunca vi tanta gente na vida. Não sobrou nem para contar história.

Juntamos tudo, pegamos estrada às 23h, destruídos, cansados, mas felizes. No caminho, Puiati e eu, começamos a nos preparar mentalmente para o que ainda estava por vir: iríamos para Bonfim no outro dia fazer um mexidão na praça para toda a cidade.

Continua…

Abraços de braço direito,

Felipe Tavares